◉Atualizado em 07/06/2019 · 19:04 (BRT)
Doença avança entre os jovens do sexo masculino.
Por Tiago de Moraes*
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde revelam que a população de portadores do HIV/Aids no país está na casa dos 827 mil. Desse número, 112 mil pessoas não sabem que são soropositivas. O avanço da doença também é problemático, são 41,1 mil novos casos por ano.
O órgão federal avalia que a epidemia no Brasil está estabilizada, com detecção em torno de 19,1 casos para 100 mil habitantes. 260 mil diagnosticados com o HIV ainda não começaram o tratamento. No entanto, a taxa de diagnóstico pouco influencia no comportamento do indivíduo antes do ato sexual.
Uma pesquisa do Ministério da Saúde divulgada no início deste ano, com dados de 2013, informou que 45% da população sexualmente ativa admite que não recorreu ao uso dos preservativos nos 12 meses anteriores ao levantamento, mesmo reconhecendo a eficiência da camisinha na prevenção das DSTs, apontadas por 94%.
A pasta alerta ainda para o aumento no número de casos entre os homens. Enquanto, em 2006, a razão era de 1 caso em mulher para cada 1,2 caso em homens, em 2015, o cenário passou a ser 1 caso em mulher para cada 3 casos em homens.
Entre os jovens do sexo masculino, a infecção cresceu em todas as faixas etárias. Dos 20 a 24 anos, por exemplo, a taxa de detecção subiu de 16,2 casos para cada 100 mil habitantes em 2005 para 33,1 casos em 2015.
Os casos em mulheres apresentam queda em todas as faixas etárias, sobretudo entre as que têm de 25 a 29 anos. Em 2005, eram 32 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2015, esse número chegou a 16 casos por 100 mil habitantes.
Os jovens são a faixa etária mais vulnerável
Os números mostram que jovens de 18 a 24 anos permanecem como o grupo mais vulnerável em meio à epidemia no país. Apesar do diagnóstico tardio ser menor nessa faixa etária, entre os que são soropositivos, 74% buscaram algum serviço de saúde, apenas 57% estão em tratamento e 47% tiveram carga viral suprimida.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, avaliou que os jovens, de modo geral, não mantêm o hábito de frequentar unidades de saúde. “Eles se acham saudáveis e são mesmo. Mas não sentem que precisam ir ao posto de saúde se proteger”, disse. “Mesmo nas campanhas para vacinação nas escolas, a recusa é muito grande”, completou.
Os números mostram também uma queda de 42,3% na mortalidade provocada pelo HIV/Aids no Brasil nos últimos 20 anos. A taxa caiu de 9,7 óbitos para cada 100 mil habitantes em 1995 para 5,6 óbitos em cada 100 mil habitantes em 2015.
(Com informações da Agência Brasil)