◉Atualizado em 03/04/2024 · 19:15 (BRT)
Obras de ícones da arte urbana norte-americana como Andy Warhol, Berenice Abbott, Fritz Eichenberg, Edward Hopper e Vivian Browne estão na seleção de 150 peças da mostra da Pinacoteca de São Paulo que aborda a ✶cena modernista nos Estados Unidos. Entre os outros rolês culturais para aproveitar na cidade neste fim de ano, é possível visitar ainda o novo ✶Museu do Ipiranga, com entrada gratuita até o dia 30/12, conferir a ✶37ª edição do Panorama, curadoria mais relevante do Museu de Arte Moderna (MAM-SP), a exposição fotográfica ✶“Moderna pelo avesso” no Instituto Moreira Salles (IMS-SP) e a primeira mostra individual dedicada a ✶Madalena Santos Reinbolt no Museu de Arte de São Paulo (Masp).
“Pelas ruas”, na Pinacoteca Luz
Em cartaz no edifício Pina Luz, a mostra “Pelas ruas: vida moderna e experiências urbanas na arte dos Estados Unidos, 1893-1976” reúne trabalhos de 78 artistas para examinar como o país construiu uma sólida reputação de referência cultural ao longo do século passado, através da representação da vida nas cidades, das críticas sociais, dos contrastes, da melancolia e da euforia características da paisagem urbana.
Organizada por Valéria Piccoli, Fernanda Pitta e Taylor L. Poulin, a curadoria inclui empréstimos vindos de 16 instituições culturais, contemplando um elenco de artistas diversificado, entre nomes famosos ou não no cenário brasileiro . A exemplo de Charles White (1918-1979) cuja obra “Wanted Poster Series #14” (1970) era até então inédita em uma exposição no Brasil.
Dividida em sete núcleos, “Pelas Ruas” traz do acervo de Andy Warhol uma gravura, de 1965, repleta de cunho político, que denuncia um episódio de violência policial ocorrido no estado do Alabama, uma escolha singular e distante das imagens que tornaram o artista internacionalmente conhecido.
✶Pinacoteca de São Paulo (Endereço: Praça da Luz, 2, Luz; ingressos de R$ 10 a R$ 20; entrada gratuita aos sábados e quintas mediante reserva online).
Museu do Ipiranga com entrada gratuita
Reaberto em meio às comemorações do bicentenário da independência, o Museu do Ipiranga estendeu a entrada gratuita até o fim de dezembro, uma estratégia para se reconectar ao público após nove anos fechado, sendo três deles em uma reforma intensa.
O cartão postal da paisagem paulistana, construído no fim do século XIX, passou por restauros e atualizações elétricas, hidráulicas e de acessibilidade, tanto no edifício monumento e quanto no jardim francês. Sem alterar as dimensões da construção tombada de quase 130 anos, o museu dobrou de tamanho a partir da ampliação do subsolo, um acréscimo de 6.800 m² de área útil, o que inclui um novo espaço para exposições temporárias, auditório, conveniência, cafeteria, um mirante e espaços para atividades educativas.
Parte do acervo também passou por restauros para a reabertura, como a maquete que representa parte da cidade de São Paulo em 1841, feita por Henrique Bakkenist, e o quadro “Independência ou Morte”, por Pedro Américo, duas das obras mais conhecidas pertencentes aos 3.500 itens da coleção.
Voltadas para o resgate da história do próprio museu e do país, as 12 atrações expostas propõem uma reflexão crítica e consciente sobre as disputas de poder no território brasileiro, a violência colonial e o apagamento histórico dos povos originários, assim como o trabalho da própria instituição em coletar, conservar, catalogar e divulgar objetos e peças.
✶Museu do Ipiranga (Endereço: Rua dos Patriotas, 20, Ipiranga; ingressos mediante reserva online).
“Moderna pelo avesso”, no IMS-SP
Em cartaz até 26/02, a exposição no IMS Paulista é um ensaio visual sobre a produção fotográfica brasileira durante o período da Primeira República, com destaque ao efervescente processo de urbanização das principais cidades à época – Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre.
A curadoria de Heloisa Espada resgata, a partir de fotos e filmes pesquisados em 28 acervos, a contribuição da fotografia disseminada por meio de revistas ilustradas, jornais, cartões postais e da produção amadora de cinema para que as cidades passassem a ser consumidas como imagem. Entre os destaques da mostra, registros da derrubada do Morro do Castelo, que mudou a paisagem carioca, a festa do Centenário da Independência e o cotidiano nas ruas de São Paulo e Recife.
✶Instituto Moreira Salles-SP (Endereço: Av. Paulista, 2424, Bela Vista; entrada gratuita mediante reserva online).
Madalena Santos Reinbolt no Masp
Com a curadoria de Amanda Carneiro e André Mesquita, o Masp promove a primeira exposição individual dedicada à obra da artista baiana Madalena Santos Reinbolt (1919-1977), reconhecida por seus bordados construídos com centenas de linhas de cores vibrantes.
Nas peças de tapeçaria, Reinbolt representou o cotidiano no campo e na cidade, repleta de personagens pretos em cenas de encontros, festas, religiosidades, entre outras. Ao todo, a mostra reúne 44 trabalhos de bordados e pinturas.
De acordo com os organizadores, além de apresentar a trajetória da artista e seus complexos “quadros de lã”, que fez da agulha a prolongamento da mão, como o pincel na pintura, a exposição tem o objetivo de estabelecer o “debate em torno de sua história e contribuição para a arte brasileira”. Em cartaz até 26/2.
✶Museu de Arte de São Paulo (Endereço: Av. Paulista, 1578, Bela Vista; ingressos de R$ 25 a R$ 50; entrada gratuita às terças-feiras mediante reserva online).
37º Panorama da Arte Brasileira, no MAM-SP
Um dos mais tradicionais eventos artísticos do país, realizado desde 1969 no MAM-SP, o “Panorama da Arte Brasileira” parte das reflexões sobre o bicentenário da independência e dos 100 anos da Semana de 22 para desconstruir paradigmas naturalizados em relação ao período colonial em sua 37ª edição, “Sob as cinzas, brasa”.
A exposição não só instiga a reflexão sobre a presença do colonialismo na identidade cultural como também as cicatrizes que esse longo processo deixou na sociedade, visíveis até os dias atuais, ao trazer obras de artistas mulheres, pretos, indígenas e de outras minorias.
Disponível para visitação até 15/01, a seleção de peças mescla produções de talentos em atividade ao lado de obras de nomes consagrados, diversidade de pontos de vista e de técnicas, como Éder Oliveira, Giselle Beiguelman, Glauco Rodrigues, Jaime Lauriano, Sérgio Lucena e Xadalu Tupã Jekupé.
✶Museu de Arte Moderna de São Paulo (Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Parque Ibirapuera; ingressos de R$ 12,50 a R$ 25; entrada gratuita aos domingos mediante reserva online).