◉Atualizado em 27/06/2019 · 17:52 (BRT)
Uma produção independente foi a vencedora da categoria mais concorrida do 7° prêmio Digital Storytelling Contest da World Press Photo Foundation. Claressa apresenta a rotina da boxeadora medalhista olímpica Claressa ‘T-Rex’ Shields, a primeira mulher americana a ganhar o ouro na modalidade.
Dirigido por Zackary Canepari, o trabalho retrata os desafios e dilemas da atleta de Flint, estado norte-americano de Michigan, às vésperas dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Treinando sem patrocinadores, praticamente ignorada pelo governo e sem incentivos, a história de superação de ‘T-Rex’ venceu outras 135 produções de outros países. O prêmio de jornalismo visual é um dos mais prestigiados atualmente. Assista o curta abaixo (em inglês):
O segundo lugar da categoria também foi para uma produção independente. Dirigido pelo fotojornalista Nikos Pilos, Trapped narra a crise imigratória na Macedônia, após a construção de uma cerca de arame farpado para impedir a entrada ilegal de pessoas pela Grécia.
Totalmente em preto e branco, o filme mostra as tensões, confrontos e a angústia dos refugiados. Confira o filme abaixo (legendas em inglês):
A terceira colocação ficou com How China Is Changing Your Internet, produzido pelo The New York Times. Dirigido por Jonah M. Kessel, o vídeo combina gráficos em movimento, design de som e uma narração bem humorada para mostrar a ascensão e os recursos do WeChat, aplicativo chinês com 700 milhões de usuários ao redor do mundo.
Considerando que a China também é um dos países que mais censuram o acesso à internet, o curta transmite uma mensagem clara: a tecnologia pode vir com um preço. Assista abaixo (em inglês):
NOVOS TEMPOS
Em sua sétima edição, o prêmio deixou de ser conhecido como Concurso Multimídia para se tornar o Concurso de Narrativas Digitais (traduções literais do inglês). Avaliado por um juri internacional, neste ano foram selecionados 12 vencedores, divididos em quatro categorias: Short Form, Long Form, Immersive Storytelling e Innovative Storytelling (curtas, longas, narrativas imersivas e narrativas inovadoras).
As temáticas premiadas abordam temas como a crise de refugiados, atletas, urbanização, racismo e diversidade. Os produtos documentais tradicionais continuam tendo espaço, ao mesmo tempo que o concurso enaltece o experimentalismo e a combinação de linguagens na contação de histórias jornalisticamente relevantes.
Na categoria “Narrativa inovadora”, ficou em primeiro lugar a série de reportagens A New Age of Walls,projeto do jornalista Zoeann Murphy para o The Washington Post. Mesclando vídeos, fotos, textos e infográficos, a narrativa jornalística esmiúça a crise imigratória atual e a crise da globalização.
Murphy e o The Washington Post também levaram o segundo lugar com The Waypoint. Descrito como uma jornada visual sobre a crise de refugiados, o trabalho visual propõe ao espectador sentir parte da experiência emocional de passar de um extremo de Lesbos, na Grécia, para o outro.
Future Cities, com direção de fotografia e vídeo assinada por Yvonne Brandwijk, ficou na terceira posição. Trata-se de um projeto multimídia que aborda a urbanização de cinco cidades emergentes ao redor do mundo pela perspectiva das pessoas por trás das estatísticas e gráficos. Até agora, a iniciativa percorreu Kinshasa, Lima e Yangon. Os conteúdos sobre Medellin e Addis Abeba serão lançados nos próximos meses.
VENCEDORES DO DIGITAL STORYTELLING CONTEST 2017
Short Film: Claressa, Trapped e How China Is Changing Your Internet; Long Film: When the Spirit Moves, The Forger e The Convention; Immersive Storytelling: The Dig, The Fine Line: Simone Biles Gymnastics e The Injustice System; Innovative Storytelling: A New Age of Walls, The Waypoint e Future Cities. Confira o site do prêmio para conhecer os demais projetos.