◉Atualizado em 13/01/2023 · 19:03 (BRT)
O festival de documentários musicais In-Edit Brasil começou nesta semana em São Paulo trazendo 67 filmes na programação, em cartaz até 26/6. A mostra, que chega a 14ª edição, volta a ocupar as salas de cinema depois de dois anos de atividades remotas por conta da pandemia.
Por conta do sucesso do formato virtual nesse período, parte do evento também continua pela internet – 42 dos títulos da seleção estão disponíveis para assistir em casa, pelo site oficial do festival e plataformas parceiras. Do jazz ao pop, o circuito deste ano reúne filmes sobre artistas nacionais como Belchior, Léa Freire, Sidney Magal, Garotos Podres, e internacionais, incluindo Tina Turner, Sinead O’Connor, a-Ha, entre outros ícones da música.
A programação foi dividida em oito salas de exibição espalhadas pela cidade. É possível assistir gratuitamente nas unidades do Spcine Lima Barreto, Roberto Santos e Cidade Tiradentes, Sala São Paulo, Cine Bijou, Sala Olido e na Cinemateca Brasileira, recém-aberta ao público. Exceto no CineSesc, no qual os ingressos custam entre R$ 8 e R$ 24, com entrada franca em sessões específicas.
O In-Edit Brasil vai promover ainda um circuito paralelo de encontros com os cineastas, masterclass e apresentações de música ao vivo. (Confira a programação completa aqui). Já nos dias 27 a 29/6, os destaques desta e de edições anteriores ganham sessões extras, no CineSesc, para quem não conseguiu conferir ou quer rever um filme específico da mostra.
Confira a seguir mais informações sobre alguns títulos selecionados para a edição deste ano, com a curadoria de ZACHPOST:
Belchior – Apenas um Coração Selvagem
O documentário de Natália Dias e Camilo Cavalcanti constrói um retrato complexo da singular e enigmática pessoa por trás da voz de sucessos como “Sujeito de Sorte”, “Alucinação” e “Coração Selvagem”, a partir do resgate de depoimentos dados ao longo da prolífica carreira do artista até seu afastamento dos palcos e reclusão em sua última década de vida.
Por meio destas vastas imagens de arquivo, a produção traz o próprio Belchior falando das suas inspirações, trajetória, e refletindo sobre arte, sua relação com a fama, o sucesso e os percalços que marcaram sua vida.
Tina
Dirigida por Daniel Lindsay e T.J. Martin, a produção estadunidense marca a despedida dos palcos e da vida pública de Tina Turner. A superestrela partilha relatos íntimos e reveladores sobre sua vida, percorrendo memórias de várias fases de sua carreira, o que inclui bastidores de sucessos incontestáveis, fracassos ruidosos, retomadas e superações ao longo de mais de meio século de estrada.
Aos 80 anos, Tina relata a desafeição sentida na infância e disseca o histórico de violência e abusos do marido e companheiro de palco Ike Turner durante anos. E conta como deu a volta por cima após o abandono de amigos e colaboradores quando decidiu romper o relacionamento.
Nothing Compares
O filme documental dirigido por Kathryn Ferguson resgata sob uma perspectiva abertamente feminista a ascensão e a queda da cantora irlandesa Sinéad O’Connor. Tendo como a voz da própria artista como guia, a produção reconta o período mais efervescente da carreira de O’Connor, entre 1987 e 1992.
De voz aguda e personalidade polêmica, a cantora mudou radicalmente a figura feminina no rock, com sua cabeça raspada, ao usar roupas masculinas e com suas atitudes e declarações contundentes contra a hipocrisia do moralismo e os costumes britânicos. Mas sua carreira caiu em desgraça (e não se reergueu deste então) após rasgar publicamente uma foto do Papa João Paulo II, em protesto aos abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica.